quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Três nomes tenho eu

Parece-me coisa rara o fato de uma pessoa possuir três nomes, o que, aliás, acontece comigo. Depois de ordenado sacerdote, recebi o nome oficial de Padre Silva. Silva, porém, é sobrenome, uma vez que meu nome de batismo e de registro no cartório é João. Passei por seis lugares e meu nome foi sempre o mesmo: Pe. Silva. Depois de pouco tempo em Capitólio, graças a uma brincadeira de alguns sobrinhos meus, pegou o nome de Pê, que não passa da abreviação da palavra padre. Em minha terra natal e entre meus parentes mais antigos, continuo sendo conhecido como João.
O mais interessante de tudo isto é que meus três nomes funcionam ao mesmo tempo, dependendo do lugar em que residem ou em que me conheceram meus interlocutores. Moradores de Assis, Lutécia, Florínea e redondezas, bem como pessoas de Bambuí ou de Tapiraí só me chmam de Pe. Silva. Se me chamarem de Pê ou de João, eu não atendo, por não entender que se trata de mim. Se um capitolino me chamar de João ou de Padre Silva, também não compreendo que falam comigo. E assim por diante. A conclusão que tiro é que o nome da gente depende dos outros e não de nós mesmos. Soa bem na boca das pessoas aquele nome de que elas gostam ou que elas escolheram para nós. Agora, se me perguntarem de que nome eu gosto mais, digo que gosto de todos, contanto que estejam nos lábios certos. João ou Pê na boca de um amigo de Lutécia me deixaria sem jeito e até desapontado. Quando me chamam de Pe. Silva, tal nome soa a meus ouvidos como verdadeira melodia, suave como as rosas. Coisas da vida. E se me chamarem de Boi Sonso? Aí o apelido dado por minha mãe só soa bem na boca de meus irmãos Jair, Martha e Beatriz.

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