sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Sobre Apelidos

     Existem muitos tipos de apelidos. Alguns são deprimentes e humilham aqueles que os recebem. Outros são carinhosos e contentam seus portadores. Outros são neutros, simplesmente servem para identificar uma pessoa. Existem pessoas  que são especialistas em inventar apelidos chocantes e desagradáveis, que infelizmente pegam com facilidade. Eu mesmo cheguei a colocar alguns apelidos que pegaram em colegas meus de escola e de seminário, dos quais,aliás, me penitencio. Minha mãe era mestra em por apelidos que realmente caíam como luva nas pessoas. Em nossa casa, todos nós tínhamos apelidos dados por ela: Boi Branco, Cavalo Pombo, Goiaba Branca, Macaco, Gambá Russo,Boi Sonso, Mamão Macho e outros mais. Eu gostaria de me referir aos apelidos que tive até hoje, dos quais o primeiro dado por minha mãe, foi o de Boi Sonso. Eu nunca criei caso por causa dele. Sempre atendia pelo mesmo, com a maior naturalidade. Devo tê-lo recebido por causa de minha calma ou moleza em atender aos chamados e em realizar as tarefas a mim confiadas. Até hoje alguns irmãos ainda me chamam desta maneira, o que acho muito familiar e até carinhos. Por algum tempo, devido ao fato de ter ferido a cabeça da Ana da Cuíca com uma certeira pedrada, minhas irmãs começaram a chamar-me de Pedroso, o que eu achava muito desagradável. Entretanto o tal apelido durou pouco, talvez pelo fato de eu ter adotado a prática de pouco me incomodar com ele. Em Tapiraí a garotinha Sandra, que muito pageei, apelidou-me de Tutu, que achei algo muito bonitinho e carinhoso. Em Capitólio peguei para sempre o apelido de Pê, inventado pelos sobrinhos que sempre vinham visitar-me. O apelido pegou porque eles me chamavam de Pê João, em vez de Padre Silva, como era o costume. Depois restou só o Pê, que acho interessante e prático. Para dizer uma verdade, prefiro Pê a João, talvez por guardar no inconsciente o que sempre diziam para mim, na infância: "Todo João é bobo". Tudo isto sem falar no nome pelo qual me chamam os amigos de Tapiraí, de Lutécia, de Bambui e de outros lugares onde trabalhei. Refiro-me a "Padre Silva", que soa a meus ouvidos como verdadeira melodia.