sábado, 24 de setembro de 2011

Meu mundo e notas bimestrais

Em meu mundo, dentro das normas atuais, as notas bimestrais, usadas nos estabelecimentos de ensino, teriam que ter valor provisório. Que significa isto? Significa que, ao invés de se darem quatro notas bimestrais irretocáveis ou imexíveis, as tais notas bimestrais tinham que ter caráter provisório, de maneira que pudessem ser modificadas para melhores. Se são intocáveis, para mim elas funcionam como verdadeiras sentenças de morte. Imagino que qualquer aluno deveria ter o direito de melhorar sua nota bimestral, em qualquer época do ano, depois de se preparar para a avaliação do assunto em que se saiu mal. O que realmente interessa é o aproveitamento ao longo do ano, mesmo que à custa de qualquer tipo de recuperação. A única nota definitiva deveria ser aquela que é dada no final do ano letivo, quando não existe mais tempo e oportunidade para recuperações e avaliações.
Em meu tempo de magistério, tive que submeter-me ao sistema de notas bimestrais intocáveis, mas usei do sistema por mim preconizado, durante cada bimestre. Assim, durante todo o bimestre, o aluno tinha oportunidade de melhorar sua nota a cada aula. Mais adiante relatarei meu sistema de avaliação bimestral, que procurava dar a cada aluno a chance de sempre melhorar sua nota ao longo de cada um dos bimestres.

sábado, 10 de setembro de 2011

Bodas de Ouro Sacerdotais

São oito horas da noite. Cinquenta anos desde minha ordenação sacerdotal, a 10 de setembro de 1961. Até agora ninguém se lembrou do fato. Também não havia necessidade. Arrepiamos carreira e tomamos outro rumo, preferindo nossa felicidade a grandes e belos passos, porém fora do caminho. Apesar de tudo, dos descaminhos atuais da Igreja Católica, das crises e da desatualização e descompasso com o mundo atual, afirmo que tudo o que sou e pode engrandecer-me veio da mesma Igreja e da Congregação da Missão, sobretudo desta última. De maneira que o dia de hoje é por mim celebrado no silêncio e no anonimato, porém diante de Deus, com muita alegria e gratidão. Continuo com o caminho de profeta que tomei, ao optar pelo casamento e pela minha realização total como ser humano.Agradeço a Deus ter-me dado coragem de abraçar um caminho que era o meu,abandonando uma trilha que nãoi era a minha, com certeza. "Te, Deum, laudamus".

Provas em meu mundo escolar

Continuando a falar sobre meu mundo no ramo do ensino, quero fazer agora minha crítica às famigeradas provas escritas. Hoje me limitarei apenas a minha crítica a tal expediente tradicional de avaliação da aprendizagem dos alunos.O objetivo é bom, bom também o uso das provas, se elas realmente provassem o que deviam provar, isto é, o grau de aprendizagem da matéria colocada à prova. Só que, mercê dos longos anos que passei na escola, como também graças aos muitos anos de magistério em seminários e fora deles,cheguei à conclusão de que as terríveis provas provam realmente duas coisas, menos o que elas deveriam provar. Com muito raras excessões, as malsinadas e temidas provas testemunham o que nada interessa para a aprendizagem. Ou provam que o aluno é muito esperto, que sabe colar, que passa para trás os professores, com maestria singular, inventando todo tipo de esperteza e matreirice. E assim a escola vai treinando, desde cedo, os alunos para o caminho da falsidade, da mentira e do maquiavelismo, em que tudo vale, uam vez que se consiga o objetivo procurado e que o mestre não descubra a falcatrua.
Entretanto as provas costumam provar outras coisa, não tão ruim, mas secundária para o ensino. Elas provam, bastantes vezes ou mais vezes ainda, que o aluno tem boa memória. Disto sou testemunha pessoal, pois passei, no seminário, por aluno inteligente e até pelo melhor, não por ter aprendido e entendido os conteúdos, mas por tê-los decorado nos manuais usados e repetido como papagaio, sem nunca esquecer uma vírgula sequer. Em um concurso no Caraça, cheguei a ganhar o primeiro lugar de um aluno, apenas por uma vírgula que ele omitiu em sua prova. Só que o que deveria interessar em uma prova seria o conhecimento adquirido e não a memória ou a esperteza.

domingo, 4 de setembro de 2011

Minha aula em meu mundo

Em meu mundo ideal para hoje, o ensino seria muito diferente. No ensino, como o assunto é muito abrangente,vou limitar-me hoje apenas às aulas,a um aspecto apenas das aulas, como também a minhas aulas de História, como as ministrei até dez anos atrás.
Depois de muitos anos como professor, cheguei à conclusão de que o melhor meio de fazer os alunos se interessarem pelas aulas era suprimir o uso do livro didático pelos mesmos. Aliás, isto eu aprendi em um famoso filme chamado, se não me engano, de "A cidade dos poetas mortos", em que o mestre mandou os alunos rasgarem, na aula, seus livros didáticos. Assim sendo, os alunos tiveram, dali para a frente, que prestar a máxima atenção a minhas aulas e rarissimamente faltavam às aulas, sob pena de perderem o conteúdo por mim ministrado. Eu passei a ser a única fonte da matéria e os alunos perderam o costume da escravidão ao livro, no qual decoravam o conteúdo, quase sempre sem ao menos entenderem ou assimilarem o que ali estava escrito.
É evidente que, em tal sistema, eu tinha que dominar meu conteúdo, sem deixar dúvidas em meus alunos, mas também sem perder a humildade necessária, quando eu mesmo me mostrasse inseguro. Em tal caso, simplesmente eu prometia pesquisar sobre o assunto e fornecer-lhes as respostas exigidas, na próxima aula. Duas consequências surgiram logo de minha atitude, às quais me tenho já referido: O número quase nulo de faltas às aulas, bem como atenção mais que redobrada às palavras do mestre.
Como o assunto é muito extenso, deixarei para a próxima reflexão o importante e polêmico tema sobre as provas escritas, por mim consideradas inúteis e sem condição de provar nada daquilo para que foram instituídas.