domingo, 30 de outubro de 2011

Lições de uma Festa

     Como sou otimista e estou convencido de que o desânimo e o derrotismo não levam a nada de bom, tirei conclusões interessantes, durante uma extraordinária festa de debutantes, organizada pela FIAT, a grande fábrica mundial de automóveis. Dentro da realidade mundial de nossos tempos, em que a democracia e o capitalismo andam juntos na maioria dos países do globo, prefiro abandonar ou deixar para segundo plano a verdadeira marretagem sobre o sistema predominante nos países mais desenvolvidos. Pensando cá com meus botões, quando reflito que o Criador nos fez semelhantes a ele, para vivermos em convivência perfeita e em partilha total de nossos bens com os mais necessitados, fico imaginando que os ricos demais e as grandes empresas, conscientemente ou não, realizam uma grande partilha, quando usam de seu capital para fornecer empregos e salários e, não raro, muitos outros benefícios. Se assim não fora, a maioria dos mortais da terra viveria à míngua em nossos dias.
     Assistindo à festa de debutantes de todo o ano de 2011, filhas de funcionários e operários da FIAT, reparei que foi uma festa deslumbrante, que talvez a maioria dos pais das meninas não tivesse condições de oferecer às mesmas. E a grande empresa de automóveis ofereceu tudo de graça para as debutantes e suas famílias. Dois dias de festas foram necessários, dado o grande número de meninas que chegaram aos quinze anos. Junto com minha neta, mais 138 garotas se apresentaram no sábado, sem falar em outro grupo semelhante, festejado no dia anterior. E tudo com perfeita igualdade, sem discriminar as famílias dos graduados ou as dos mais humildes operários. Tudo no estilo da grande família que a FIAT costuma dizer que realmente é. Fiquei sabendo também que a fábrica costuma ainda oferecer muitas outras festas para todos, no dia do trabalhador, no Natal, no dia das crianças, etc. Pode-se argumentar que tais festas representam mixaria para o tamanho de tal empresa. Mas não deixa de ser uma bela partilha e um espírito profundamente cristão, consciente ou inconscientemente.
     Olhando lá do alto, do ponto em que minha mesa estava colocada, calculei em mais de três mil pessoas a quantidade de presentes à festividade. E a mim mesmo perguntei: Será que Deus está presente neste burburinho, nesta alegria incontida, nestes comes e bebes?  É claro que estava. Pois foi ele mesmo que falou: Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles. E ali estava uma multidão reunida pelo amor, em nome de Deus, pois Deus é puro amor e, onde está o amor, aí está o Criador. Aquela era uma festa de amor, de alegria, de comemoração de centenas de aniversários de quinze anos. Parabéns à FIAT e que outras ou todas as empresas, grandes ou pequenas, acompanhem o exemplo tão lindamente proporcionado aos trabalhadores da empresa.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Minhas Três Grandes Amizades

                Tomando a palavra amizade em sentido muitíssimo amplo, acabei descobrindo, pela vida afora, três classes de seres que sempre me procuram, me aceitam e simpatizam comigo.
     Primeiro são as crianças, os nenenzinhos. É muito raro uma criancinha repelir-me, ter medo de mim ou chorar com minha aproximação. Geralmente elas riem para mim, aceitam meus carinhos e, muitas vezes, vêm para meus braços com facilidade.
     Depois vêm os pinguços. Todo bêbado inveterado, mesmo sendo meu desconhecido, aproxima-se de mim com facilidade e puxa papo comigo, como se eu fosse seu amigo de longa data. O mais isnteressante é que nunca tomei uma pinga sequer e nunca tomei bebida alcoólica,a não o doce e suave vinho das missas que eu celebrava.
     Finalmente, mais singular ainda, vêm os cachorros. Não costumo ter medo de cães e nem os hostilizo. Talvez até seja esta  razão pela qual os caninos parecem ter predileção especial pela minha pessoa. Em minhas andanças a pé, é muito comum os representantes do mundo canino me acompanharem, como se apreciassem minha companhia ou buscassem em mim alguma coisa com que a eles eu pudesse agradar.
     Será que alguém poderia explicar-me ou ao menos tentar entender, para mim, a razão da empatia de três categorias tão simpáticas?
     Seja como for, já sei que posso sempre contar com a correspondência e com a proteção e "amizade" destes três tipos de "amigos"

domingo, 16 de outubro de 2011

Curtição de Futuríveis

Na Filosofia aprendi que futurível consiste naquilo que teria acontecido, caso não deixasse de ter existido um fato anterior. Pois bem, dois acontecimentos de grande valor e significado para mim deixaram de suceder: A ida ao encontro da AEALAC no Caraça e o primeiro encontro de um grupo de reflexão, em meu rancho na Ilha de Capitólio, com uma turma de amigos recentes da cidade de Pará de Minas. Um conjunto de circunstâncias adversar c0nluiaram para que os dois eventos, por mim tão esperados, não acontecessem para minha frustrada pessoa.
Seguindo, porém, o conselho de um grande passtor evangélico do passado, procurei fazer, dos limões recebidos, duas limonadas consoladoras. Além do mais, procurei curtir, na medida do possível, as coisas agradáveis e gratificantes de que eu teria participado. Nos dois dias do encontro de reflexão, recebi, em pensamento, a caravana de amigos, na maioria desconhecidos ainda, de Pará de Minas. Fiz palestras longamente preparadas, andei com a turma, refletindo em caminhadas pelos trilhos e morros da Ilha e deles me despedi, na esperança de breves e gostosos encontros como o atual.
Com o coração partido, mais uma vez fui detido pelos malabarismos do destino, que não me deixaram chegar até ao Caraça. Entretanto ainda estou vivendo em pensamento o encontro dos antigos companheiros de seminário, pois ainda é domingo e teremos um almoço e uma bela missa, cantada pelo "Crescere". Ali estarei em pensamento, pedindo à Mãe dos Homens que me dê suas bênçãos maternais e me permita voltar ao Caraça muitas vezes, para rever os queridos colegas e amigos de outrora. Adeus Caraça, adeus amigos de meu grupo de reflexão. Tudio voltará ainda como realidade presente e não como meros futuríveis.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

As Famigeradas Provas em Meu Mundo

Abomino a palavra prova, quando se trata de medir o grau de aproveitamento de um aluno. Prefiro o termo avaliação. Em meu mundo de professor, cancelei o nome e a realidade das tradicionais provas . Eu avaliava os alunos no decorrer das aulas, sem dias nem horas marcadas e sem determinar as pessoas que seriam avaliadas. Eu descobria o grau de assimilação de meu conteúdo, através de perguntas e questionamentos que eram lançados em forma de joguinhos e competições. Lembro-me muito da "ponte do rio que cai", uma brincadeira usada no programa do Sílvio Santos. Eu lançava no quadro negro uma linha reta, formada de doze pedaços de linha. Cada linha correspondia a uma pergunta. Era a ponte de doze degraus, sobre um rio imaginário.
Quem quisesse podia apresentar-se para atravessar a ponte. Cada degrau correspondia a uma pergunta. Quem a certasse dez perguntas, tirava a nota máxima, correspondente a dez. O aluno tinha a chance de errar duas perguntas, sem perder a nota e cair no rio.
Outra maneira de avaliar era a estimada "rodinha", trazida da França por padres lazaristas franceses e muito usada em nossas aulas no Caraça. Eu colocava todos os alunos de pé, em círculo e em ordem alfabética. Depois ia fazendo perguntas, a começar pelo primeiro. Se o primeiro errase, a pergunta ia para o segundo, para o terceiro e assim por diante. Quem acertava subia na roda, passando para a frente do primeiro que errou. No final da aula, o rimeiro colocado tirava a nota máxima, e assim por diante. Era a aula e o aprendizado transformado em jogo e em competição, o que agrada muito aos jovens e adolescentes.
Isto tudo, sem falar que eu só marcava para os alunos a nota máxima. Aos outros eu deixava sempre a possibilidade de, em outra avaliação, conseguir a nota máxima. Desta maneira, houve ocasião em que, no fim do ano, uma 6a. série em peso tirou nota máxima em minha matéria de História.