sexta-feira, 27 de maio de 2011

Meu amigo Zé Orlando

Meu amigo Zé Orlando

Pe. José Orlando se tornou meu grande amigo. Quando veio assumir a paróquia de Capitólio, um padre da diocese o aconselhou a tomar cuidado com um padre casado, ex-pároco local e elemento perigoso. Só que o novo padre se tornou grande amigo do tal elemento perigoso, seguindo-lhe os passos e se casando. Daí estes versos que resolvi fazer, brincando com os acontecimentos.


Amizade mais profunda
Que eu ando sempre esnobando,
Posso dizer, sem errar:
É a minha com Zé Orlando.

Ao vir para Capitólio,
Para a paróquia reger,
Um conselho, vejam só,
Não deixou de receber.

O seu novato rebanho
É um povo piedoso
Mas ali existe um "cara"
Que é muito perigoso.

Como padre, já provou
O rumo de sua escola.
Proibiu - que desalmado -
Doar aso pobres esmola.

Se esse padre abandonou
A sqaia preta da fé,
Só tinha que ser, é claro,
Por saia de uma "muié".

A tal vigário foi dado
O apelido de Pê.
É o P de seus defeitos:
De perdição e pecado.

Zé Orlando, Sem querer
O bom conselho abraçar,
A Capitólio chegando,
Foi logo me procurar.

Em vez de, homem prudente,
Do perigo se afastar,
Nomeou o "perigoso"
Seu maiaor auxiliar.

Ministros da Eucaristia
E dos noivos formação,
Entregou essas tarefas
Todinhas em minha mão.

Para cúmulo supremo
Do caminho que seguia,
Nomeou-me, vejam só,
Ministro da Eucaristia.

Como amigos que se prezam
Se procuram imitar,
Zé Orlando não demorou
Deixar tudo e se casar.

Buscou uma professora,
Para melhor copiar.
Mulher igual à do Pê
Eu quero p'ra me casar.

Provando que o tal conselho
Só deu efeito contrário,
O amigo acompanhou
Até no maior calvário.

Se, operando o coração,
Meu amigo vence a morte,
Vou seguir meu amigão,
Quero ter a mesma sorte.

Agora o conselheiro
Deve estar na eternidade,
Enquanto nós desfrutamos
Da maior felicidade.

sábado, 14 de maio de 2011

Minha Despedida do "Quebra Milho"

Em agosto de 2009, no Caraça, vi, pela última vez, depois de muitos anos, meu querido contemporâneo ali mesmo e em Petrópolis. O Dario Nunes sempre foi uma pessoa especial. Quando cheguei ao Caraça, ele já estava no quarto ano e era bem mais velho que eu. Era respeitado e querido por todos. Forte, alegre, bem humorado e serviçal, não havia quem não gostasse do Dario. Além do apelido de "Quebra Milho", recebeu outro em Petrópolis, depois de uma noite de Páscoa, incomodada por uma cachorrada barulhenta. Dali lhe veio o apelido novo de "Nequinha Capador". Meus companheiros sabem muito bem a razão do engraçado e bem colocado apelido.
Em agosto de 2009 Dario foi comemorar no Caraça seus oitenta anos de idade. Padre casado e muito bem casado, lá estava com a esposa, sempre sorridente e amigo. Missa comemorativa seria celebrada por dois ou três colegas seus de ordenação. Sugeri que o Dario concelebrasse a Ceia Eucarística e até ousei dizer que ele devia ser o presidente da celebração. Ou será que o "Tu es sacerdos in aeternum" do dia da ordenação só valeria quando fosse do interesse da instituição? Infelizmente minha idéia passou batida e o Dario assistiu à celebração sentadinho próximo ao altar com a esposa, conformado e humilde, como sempre foi. Não me conformei com aquilo, mas o Dario não ficou sabendo de minha intromissão no caso. Hoje espero que ele me agradeça lá de cima meu empenho em seu favor e faça por mim uma prece junto ao Pai.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Aniversário Dobrado

Nos dias 7 e 8 de maio comemorei, em dobro, meu aniversário. Era mesmo necessário fazê-lo, pois, no ano passsado, eu estava completamente nocauteado no dia 8, devido a um incidente do coração,depois de minha feliz operação. No dia 7 a turma de Tapiraí, meus antigos paroquianos e amigos de sempre, prepararam para mim bela festa, com direito a discurso, presente, cartão autografado pelos circunstantes e bolo de aniversário. Mais de vinte amigos compareceram, sem falar no querido Noé, que só pode participar meio de longe, devido a umcontratempo de saúde.
Sou muito agradecido a todos, em especial ao casal anfitrião, cuja residência virou o quartel-general da turma de Tapiraí.
O mais gratificante, porém, considero o fato de eu, merecendo ou não, ter-me tornado o pivô ou, na pior das hipóteses, a desculpa para a agregação de um grupo razoável de pessoas. Quase que por acaso continuo o trabalho que tentei em Tapiraí, um trabalho de união, de congraçamento e de solidariedade entre as pessoas. Se realmente eu estiver realizando esta aproximação e fraternidade de um grupo cada vez maior, fico muito feliz por estar cumprindo minha missão de profeta do cristianismo verdadeiro e autêntico.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Fé e Religião

Desde muito tempo me convenci de que fé e religião são coisas muito distintas, que fé cristã viva ou Cristianismo são uma coisa e religião é outra. Aproveitando-me das palavras do Pastor Rene Kivitz, a religião está baseada em ritos, dogmas, credos, tabus e códigos morais de cada religião. A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e de cada uma das tradições de fé. Quando se começa a discutir quem vai para o céu ou para o inferno, se Deus é a favor ou contra o homossexualismo, se se deve pagar o dízimo para chegar a Deus, se o correto é a encarnação ou a ressurreição, se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, se uma instituição é espírita, católica ou evangélica, você está discutindo religião. E quando se discute religião, as pessoas se afastam umas das outras e se promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lados os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Javé, de outro os de Jesus Cristo. Sem falar nos adoradores de Shiva, de Buda e por aí afora.
Verdadeira fé viva e espiritualidade se dá, quando você concentra sua atenção e ação na reconciliação, no perdão, na misericórdia, enfim, no AMOR. Aí você está no horizonte da espiritualidade e não no da religião. Aí você promove a justiça e a paz.
E não é isto a boa nova que Jesus deixou para a humanidade em sua pregação, retratada pelos quatro evangelhos?