Surgiu aqui também o uso do termo agregado, para classificar aqueles ou aquelas que se ligaram aos Arantes pelo vínculo do matrimônio, tornando-se cunhados e genros. Mas vamos à história que agora interessa:
Dois antigos agregados
Da família dos Arantes
Querem provar que não são
Preguiçosos nem tratantes.
Em sábado de descanso,
Resolvemos enfrentar
A triste terra vermelha,
P'ra na grama esparramar.
O Quinca pega o carrinho,
Eu me valho da enxada,
Pego a pá e vou deixando
A roupa toda manchada.
Sorridentes na tarefa,
Suavam os dois agregas,
Sem pensar que, das mulheres,
Vinham chegando as esfregas.
DNA não negaram.
Sendo a matriz L1,
2 e 3 a acompanharam.
Neiva do Pê, ora pois,
Ficou sendo a L2.
A Neilma tudo fez
Para ser a L3.
Deixando logo os porém,
E voltando à vaca fria,
Vou contar o que as duas
Fizeram naquele dia.
Plantar grama no cascalho
É só com terra vermelha.
Neilma vai dando bronca,
Falando o que dá na telha.
Com certeza, o que ela teme
- A L3 tão danada -
É a presença da mãe,
Cuidando da pragaiada.
Não se pode contentar.
Catando pedras também,
Nesta terra vai andar.
A L2 fica fula,
Me chama na regulagem:
Desta roupa avermelhada
Não dou conta da lavagem.
Roupa tão emporcalhada
Agora não lavo mais.
Vá p'ro tanque, esfregue e lave
E estenda já nos varais.
Este tênis que lhe dei
Para fazer caminhada
Não pode ser mergulhado
Nesta terra enlameada.
Mas, apesar dos pesares,
Vivemos em doce lar,
Sendo esposos de mulheres
Que só sabem trabalhar.
Cinco coisas de uma vez
Têm sempre que fazer.
Dos Leonel sendo raça,
Para elas é prazer.
Trabalhar de vez em quando,
Para nós, os agregados,
É vida pedida a Deus,
Para ao Céu sermos levados.