quarta-feira, 5 de outubro de 2011

As Famigeradas Provas em Meu Mundo

Abomino a palavra prova, quando se trata de medir o grau de aproveitamento de um aluno. Prefiro o termo avaliação. Em meu mundo de professor, cancelei o nome e a realidade das tradicionais provas . Eu avaliava os alunos no decorrer das aulas, sem dias nem horas marcadas e sem determinar as pessoas que seriam avaliadas. Eu descobria o grau de assimilação de meu conteúdo, através de perguntas e questionamentos que eram lançados em forma de joguinhos e competições. Lembro-me muito da "ponte do rio que cai", uma brincadeira usada no programa do Sílvio Santos. Eu lançava no quadro negro uma linha reta, formada de doze pedaços de linha. Cada linha correspondia a uma pergunta. Era a ponte de doze degraus, sobre um rio imaginário.
Quem quisesse podia apresentar-se para atravessar a ponte. Cada degrau correspondia a uma pergunta. Quem a certasse dez perguntas, tirava a nota máxima, correspondente a dez. O aluno tinha a chance de errar duas perguntas, sem perder a nota e cair no rio.
Outra maneira de avaliar era a estimada "rodinha", trazida da França por padres lazaristas franceses e muito usada em nossas aulas no Caraça. Eu colocava todos os alunos de pé, em círculo e em ordem alfabética. Depois ia fazendo perguntas, a começar pelo primeiro. Se o primeiro errase, a pergunta ia para o segundo, para o terceiro e assim por diante. Quem acertava subia na roda, passando para a frente do primeiro que errou. No final da aula, o rimeiro colocado tirava a nota máxima, e assim por diante. Era a aula e o aprendizado transformado em jogo e em competição, o que agrada muito aos jovens e adolescentes.
Isto tudo, sem falar que eu só marcava para os alunos a nota máxima. Aos outros eu deixava sempre a possibilidade de, em outra avaliação, conseguir a nota máxima. Desta maneira, houve ocasião em que, no fim do ano, uma 6a. série em peso tirou nota máxima em minha matéria de História.

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