terça-feira, 30 de abril de 2013

E agora, José?

     Depois das diretivas pastorais do novo papa, resolvi assistir à missa da paróquia. Era domingo e havia grande quantidade de fieis. De início, o padre, com ares de verdadeiro pastor, convidou um casal, que completara na semana trinta anos de casamento, para presidir às cerimônias que ele chamou de ágape e não de missa. Depois do sinal da cruz, começou logo o ato penitencial, depois do cântico do salmo "Vou primeiro reconciliar-me com meu irmão e depois vou fazer minha oferta ao Senhor". Todos permaneceram em silêncio absoluto, cada qual refletindo interiormente sobre suas falhas contra seus irmãos. Alguns resolveram abrir-se com coragem diante de todos, pedindo desculpas por falhas de desamor a parentes, amigos e  necessitados. Houve quem corresse a abraçar um pobre mendigo que não recebera bem em sua porta. O próprio sacerdote se penitenciou perante a comunidade, desculpando-se por sua impaciência no atendimento aos paroquianos. Após uma prece dos casais, pedindo uma absolvição ao Criador, começou a procissão do ofertório. Quase todos entraram na fila, levando as mais diversas oferendas. Eram rodas de bolo, tortas salgadas ou de doce, pães de queijo, refrigerantes, sucos e outras guloseimas. Durante o ofertório, era lida a epístola de São Tiago, dizendo que a fé, sem obras, é completamente morta.  Foram todos os presentes convidados à participação no ágape. Alguns preferiram voltar para casa, sentindo-se indignos e ainda não preparados para a cerimônia. Os reconciliados ou que não tinham nada a atormentar sua consciência de irmãos do próximo, partiram para um salão anexo à sacristia e rodearam a mesa do ágape, cheia das oferendas gostosas do ofertório. Depois de comerem todos juntos, ricos, remediados e pobres, na maior fraternidade, o casal dirigente pronunciou as palavras da consagração sobre o pão e o vinho e os distribuiu entre todos os presentes, convidando-os a sempre se reunirem daquela maneira e a viverem aquele ambiente fraternal durante todo o decorrer de seu quotidiano. E agora, José? Será que este meu sonho de depois do almoçose tornará realidade algum dia?

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