domingo, 14 de agosto de 2011

segunda lição de um júri

Voltando ao júri do dia 12 de outubro, do qual participei como jurado, revelo mais uma reflexão que me veio à mente, durante o transcurso do acontecimento. Fiquei imaginando o tamanho da diferença entre o tratamento dado aos pequenos criminosos e o que é dado aos grandes assassinos, aos ladrões oficiais do dinheiro do povo, ocasionando a morte de muitos inocentes, com o desvio de verbas destinadas à alimentação e à educação dos mais necessitados. Observando a seriedade dos atores de um júri popular do interior, a capacidade e clareza de um juiz plenamente cônscio de seus deveres para com a sociedade, o respeito e o empenho dos responsáveis pela defesa e pela acusação do réu,bem como o interesse dos ouvintes e estagiários de Direito, culminando com uma sentença à altura dos crimes cometidos, fiquei triste, ao pensar na impunidade dos responsáveis pelos grandes crimes de lesa-pátria, acobertados, desculpados e, quem sabe, até aprovados por parte da sociedade. Por outro lado, embora meu coração doesse pela condenação do réu, tive o consolo de constatar, com otimismo, que é no grande interior, nas pequenas comarcas e nos julgamentos promovidos pelos autênticos brasileiros, que surgem os espelhos em que deviam mirar-se os maiores responsáveis pelo bem de nossa pátria. Devagar se vai ao longe e tomara que milhares de pequenas células como essa se multipliquem e abram os olhos dos que se consideram responsáveis pelo país.

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