sábado, 13 de agosto de 2011

Lições de um Júri

Vou interromper desta vez a descrição de "Meu Mundo", para comentar algumas reflexões que me afloraram à mente,enquanto eu participava, como jurado, do julgamento de um pobre homem, assassino pela segunda vez e ainda acusado de lesão corporal grave. Ficamos bem de frente para o réu, o que me permitiu fixar bem na mente a imagem cabisbaixa e triste do acusado. Para mim, aquele era um ser humano como qualquer outro, merecedor do respeito de todos e especialmente de nós, os responsáveis pela sua condenação ou absolvição. Eu já tinha colocado tudo nas mãos de Deus, mesmo antes de meu sorteio para o corpo de jurados de sete pessoas. Fiquei pensando que em Deus não há justiça, mas somente amor. A justiça não passa de uma invenção humana, para punir os descalabros do pecado e prevenir coisas piores. Teria eu a obrigação e o direito de julgar um ser humano? Cheguei à conclusão de que o fato de pertencer a uma comunidade inteligente e de ter que zelar pela sua integridade, tinha também o dever de ajudar a punir e julgar os que se tornassem perigosos para a sociedade. Dei meu veredicto, mas não deixei, em todo momento de julgamento, de lamentar a situação do réu e pedir a Deus por ele. Pelo menos, ao me despedir, não deixei de cumprimentar o condenado e de lhe dar alguma palavra de alento. Coisa triste,mas que me levou a outras reflexões, sobre as quais provavelmente falarei em ocasião oportuna.

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