sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

CEMITÉRIO DE VIVOS

Inventei - se alguém não o tiver feito antes - a expressão "cemitério de vivos", para significar aquelas pessoas que desaparecem por muitos anos, não dão notícias, não escrevem, não telefonam. Tenho ex-companheiros de Caraça que eu gostaria de rever, de abraçar. Entretanto sumiram para mim. Não sei se já morreram ou se andam por algum lugar deste mundão de Deus. Assim acontece com o Lindolfo, com o Fineias, com o Ferreira, com o Pereira, com o Márcio, com o Lana e com seu irmão Aloísio e com multidão de outros mais. Para mim são como defuntos, pois desapareceram, como desaparecem os mortos. Fico triste, angustiado, aflito e desejoso de encontrar tanta gente que fez parte de minha vida e que sumiu como por encanto.
Acredito que estes mesmos que eu nomeei estejam na mesma situação, em busca dos antigos colegas e sem saber se eles morreram de fato ou apenas desapareceram por encanto.
É muito bom quando a gente reencontra velhos conhecidos, como aconteceu com o José Marques e com o Francisco Braz, dois colegas de grupo escolar em Bonfim, que descobri depois de mais de cinquenta anos.
Outro ponto de encontro, aliás dois, são a caravana anual ao Caraça e a confraternização de final de ano dos ex-alunos de nossa querida Escola Apostólica Nossa Senhora Mãe dos Homens. Fico com vontade de não sair mais. Do último encontro em Belo Horizonte não posso esquecer-me do belo papo que bati com o Joaquim Duque. E a conversa final, de uns seis remanescentes, que pareciam não querer que o tempo andasse, para ficarem ali, conversando e refletindo, talvez com receio de que dali fossem lançados na vala comum dos mortos vivos.
É. Agora espero que muitos defuntos vivos saiam para a superfície e venham curtir conosco as belezas inenarráveis do "Haec olim meminisse juvabit".

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