sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O PRESÉPIO DE NATAL

Já se foram -sinais dos tempos - os natais dos presépios caprichados, cheios de bichinhos pastando nos gramados de musgo, com sua estradinha curvada, tendo, lá longe, a figura dos três magos, carregando seus presentes. No fundo da gruta, formada com papéis de purpurina e carvão, o Menino Jesus, na manjedoura, ladeado por Maria, por José, pelos pastores e até por animais. Em nossa casa de Bonfim, a construção do presépio era verdadeiro ritual, envolvendo a filharada toda, liderada pelo Quive, nosso saudoso pai, que ia organizando os materiais e dando formato ao presépio que, aos poucos , ia surgindo da mistura de tantas coisas diferentes. Respaldando aquela beleza toda, nosso pai colocava lá no alto uma grande estrela de madeira, forrada de papel brilhante, cheia de pequenas luzes coloridas. Para mim, a estrela era o ponto alto do presépio.
Agora resolvi, junto com minha esposa , reviver aqueles tempos e fazer um presépio digno de nossa tradição. Não chega a vinte por cento de nosso presépio de Bonfim, mas ficou bonito, parecido com o nosso, com estrela e até com um pequeno lago, onde nadam patinhos que parecem alheios a tudo o que acontece na gruta de Belém.
Tomara que os moradores da cidade se entusiasmem e voltem aos tempos antigos, procurando dar mais importância ao aniversariante do dia, em vez de valorizar mais os presentes, a ceia, a árvore e outros elementos secundários, mais adequados à sociedade de consumo.

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