quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Covil de covardes e terra de maravilhas

O título acima eu tirei de uma reportagem de Lya Luft na revista Veja. Ali ela se refere a distorções ou até a mentiras a respeito de uma palestra infeliz que teria feito para mulheres. Em determinado ponto a grande escritora diz: No espaço cibernético podemos caluniar e destruir ou elogiar e endeusar quem quer que seja, sem revelar nossa identidade. Também podemos trabalhar, pesquisar, nos comunicar, aprender, nos deliciar, sem sair de casa. Como tantas coisas neste mundo contraditório, a internet é a um tempo covil de covardes e terra de maravilhas.
Concordo com tudo o que foi dito. Temos que andar com muita cautela e atenção, para não sermos surpreendidos por viros e outras maldades de todo tipo, inventadas por aqueles que só se interessam pela infelicidade alheia. Atenho-me, porém, ao lado bom do espaço cibernético. De algum tempo para cá, comecei a me sentir incomodado e até mesmo quase alheio ao mundo atual, tendo chegado, finalmente, à conclusão de que, sem um computador à mão, eu não passaria de um verdadeiro analfabeto moderno. E era verdade. Agora, além de todos os benefícios enumerados por Lya Luft, o maior de todos me parece ser a proximidade dos amigos, dos irmãos e dos parentes em geral. Tenho conversado com frequência com pessoas sumidas desde muito tempo. Tenho feito minha diversão predileta, que é jogar buraco. E tenho jogado com parceiros de Israel, da Sibéria, dos Estados Unidos e até do continente africano. E assim não envelheço, procurando viver em meu tempo presente, sem a nostalgia caquética de um tempo que se foi mas que não posso mais trazer de volta.

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