sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Epopeia de um rancho (XIII)

Depois de respaldada a cinta de concreto do andar de baixo, um fato curioso e divertido se deu, demonstrando a dureza da função de um servente de pedreira.

5 DE JULHO DE 2006

De novo fui e voltei,
Preparei sete masseiras.
Na colocação de blocos,
Curtidas, ficam maneiras.

Na tentativa de ser
Servente tipo ideal,
Inda dei, em toda a obra,
Uma limpeza geral.

6, 7 e 8 DE JULHO DE 2006

Estando toda a família,
Somente o Gustavo ausente,
Para nosso andar de baixo
Deixamos mais um presente.

Armações finalizadas,
Partimos direto e reto,
Para entregar, respaldada,
Toda a cinta de concreto.


12 DE JULHO DE 2006

Mais uma ida e uma volta,
Ainda no mesmo dia,
Pelo amor de nossa obra,
Já foi virando mania.

Enquanto eu media areia,
E preparava a ferragem,
Rute e Paula se esmeravam
Da areia na coagem.


Até o jovem Paulinho,
O neto do Tio Dolor,
No transporte da ferragem
Ajudou com muito amor.

14, 15 e 16 DE JULHO DE 2006

Muitos aqui ajudaram,
No tecido desta teia.
Izabela muito fez
Com a coação de areia.

Cada qual queria agir,
Conforme sua maneira.
Sempre prosa, o Rafael
Deu ajuda na masseira.

Respaldamos, lá em baixo,
Toda a cinta de cimento,
Ficando o primeiro andar
No ponto de escoramento.


Não querendo a meninada
Ao serviço ser alheia,
Ester, Bruno, Augusto e Rute
Já foram coar areia.

Foi hoje que eu entendi
Quão duro é servente ser.
Dez coisas ao mesmo tempo,
Sem chorar, tem que fazer.

O mais difícil, porém,
É a linguagem decifrar
Do sobranceiro pedreiro,
Que sempre tem que mandar.

“Me dê aquele negócio,
Aquele troço fininho,
Aquele que nós coisamos,
Ontem de manhã cedinho”.

Eu tive que decifrar
E, sem reclamar de nada,
Sob pena de receber
No coco uma colherada.

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