sexta-feira, 3 de abril de 2009

Rebentos da Fofoca

Morar no interior, sobretudo naquele muito mais interior ainda, composto de cidades de pequeno porte, tem muitas vantagens e algumas desvantagens. Um dos maiores inconvenientes do interior é a fofoca, pela qual muitos se metem na vida de todos, inventando, aumentando e distorcendo os fatos. Entretanto, a meu ver, não deixa de ser esta uma especial maneira de ser social, de estar presente, de participar da vida de todos, nem que seja pela pura imaginação.
Dona Fofoca está sempre presente, sempre ao lado de seu marido Fuxico, sobretudo gerando filhos para os pobres namorados. Senão, vejamos:


Melhor que na capital
É vida no interior.
Só que tem que ser levada
Com boa dose de humor.


Eu mesmo, padre casado
Com bela freira gorada,
Antes mesmo do casório,
Já tinha uma filharada.


Um surgiu na sacristia,
Mais outro no batistério.
Uns dois no confessionário,
Outro até no cemitério.


Namoradinho que afaga
Da namorada a barriga,
É pai, com toda certeza
De mais um filho da intriga.


Namorada comilona,
Que logo fica gordinha,
Encomendou, certamente,
Um filho da Fofoquinha.


Se roupa longa ela usa,
P'ra gordura disfarçar,
Novo filho é prato cheio
P'ra Fofoca comentar.


Se a pobre moça, na festa,
Toma água e não cerveja,
Vizinha quer do neném
Ser madrinha na igreja.


Mulher que só quer ser mãe,
Sem marido carregar,
Recomendo a companhia
Da Fofoca procurar.

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