domingo, 12 de abril de 2009

BURAQUEIRO-MÓR

Em nossos ranchos, à margem das águas mais límpidas da represa de Furnas, o pitoresco é quotidiano. Picuíbas aparecem, caçadores de pragas surgem de repente, jogadores de buraco, então, é o que não falta.
Dentre os mais folclóricos buraqueiros de nosso arraial sobressai o Aclino que pssui, em seu cardápio de manias de jogo, o costume de chamar o cobiçado coringa pelo carinhoso apelido de Dunga.
Em suas bodas de ouro de nascimento, resolvi brindá-lo com despretensiosos versos que procuram retratar sua figura ímpar no jogo de buraco.

O Aclino, no Buraco,
É jóia de raridade.
Só precisa desistir
De ser dono da verdade.

Para ser um buraqueiro
Vencedor e sem defeito,
Deve deixar o parceiro
Fazer jogo de seu jeito.

Ele joga com esmero
Mas depressa vira bicho.
Não perdoa o companheiro,
Quando compra e deixa o lixo.

Enfezado, larga o jogo,
Mas tem uma qualidade.
Quando sua cuca esfria,
Volta com toda humildade.

Aclino pula p'ra cima,
Ele berra, grita e funga.
Certamente é porque
Nas mãos ele tem um Dunga.

No Buraco, a mulher
Para ele não apita.
Nem visita, nem as filhas,
Nem a esposa Marilita.

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