domingo, 10 de março de 2013

Eleição do Papa

     Toda igreja que se pretenda cristã tem que pregar e praticar a mensagem de Jesus Cristo. O testemunho maior de qualquer cristão consiste na vida de partilha, de amor sincero e de doação a todos os mortais, como a seus irmãos. Com o correr dos tempos, porém, as igrejas tenderam a transformar o seguimento de  Cristo em quase que pura religiosidade, cheia de rezas, sacrifícios materiais e corporais, ritualismos repetitivos, dogmas e mandamentos. O Concílio Vaticano II teve a coragem de encetar um novo rumo, no afã de colocar-se no caminho reto. O entusiasmo, porém, foi frustrante. De lá para cá o caminho foi de volta para o passado em muitos pontos. A corrente conservadora dominou a Cúria Romana e conquistas como a colegialidade dos bispos virou letra morta. O papa renunciante fala em reforma, porém parece referir-se a uma limpeza geral na Curia Romana, com o afastamento de elementos indesejáveis. Talvez também se refira à moralização dos costumes eclesiásticos, no que se refere sobretudo à pedofilia. Pela observação dos vaticanistas entendidos, de qualquer maneira será eleito um conservador, do qual não se parece poder esperar muita coisa de profundidade. A meu ver, a Igreja Católica tem que se convencer de que o caminho verdadeiro é o amor, a partilha, a pobreza do desapego das riquezas e a tentativa de promover a maior igualdade possível entre os viventes desta terra. Embora eu não esteja otimista, não deixo de imaginar que o Espírito Santo penetre na cuca do papa eleito e lhe dê a visão e a coragem que iluminaram o Papa João XXIII, um velho de setenta anos, eleito como marionete e papa de transição, que morreria logo, sem fazer nada de novo.

Um comentário:

  1. Gostei muito do post, mostra a realidade da igreja hoje. Parabéns. José Flávio Colombo

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