sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Fé ou religião?

     Uma tese que li há muitos anos, escrita por um universitário de Ribeirão Preto, mostrava, muito claramente, como a Igreja Católica, no decorrer dos séculos, acabou confundindo fé cristão com religiosidade. Daí o surgimento de uma igreja caracterizada pelo religiosismo, como se Jesus Cristo tivesse vindo ao mundo para trazer uma nova religião, baseada em ritos, celebrações, rezas, promessas e sacrifícios. O certo é que o Salvador disse, mais que claramente, e em várias ocasiões, que sua mensagem salvadora consistia simplesmente no amor a Deus e ao próximo como a si mesmo. Na formação cheia de boa fé que os padres lazaristas nos transmitiram, tudo levava ao cristianismo religião, que nos fazia passar o dia inteiro rezando e nos sacrificando fisicamente, na ânsia de nos tornarmos santos. Felizmente os padres que nos formaram nos transmitiram também as condições necessárias para que tivéssemos mentalidade aberta à crítica e ao estudo profundo do Evangelho e da teologia. Felizmente cheguei à conclusão de que a fé cristã, exigida pelo verdadeiro seguimento de Jesus, consiste em crer que ele é Deus e em cumprir sua mensagem tão simples, que nada mais é do que "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". Falando também com seus discípulos, ele afirmou:  "Todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros". E como conclusão prática, nada melhor do que a palavra de um cardeal da Igreja, em uma reunião da comissão que estudava, no Concílio Vaticano II, a cara que devia ter a verdadeira Igreja de Cristo: " Estamos perdendo tempo com longas considerações. A verdadeira Igreja de Deus está em nossa frente, em todo o mundo, através da Sociedade de São Vicente de Paulo". Será preciso dizer mais?

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