sábado, 21 de março de 2009

Moda da Pragaiada

Homenagem a Dona Lilia em seu aniversário (86 anos).

MODA DA PRAGAIADA

A moda da pragaiada
P'ra Dona Lilia eu canto,
Neste seu aniversário,
Sem tristeza e desencanto.

Fiz a moda com prazer,
Dispenso qualquer salário.
Só quero cantar as pragas
Que já dão um dicionário.

Na hora de arrancar praga,
Qualquer faquinha ela pega.
Tendo a sacola de lado,
À tarefa ela se entrega.

À custa de muito tapa,
A Neiva cerca de um lado,
Neilma da outra banda,
Que nem campear um gado.

Dindinha até que merece
Ter fama internacional,
Pois, em matéria de praga,
Já virou profissional.

De pragas as mais diversas
Conhece todas as manhas.
Na profissão de pragueira
Realiza mil façanhas.

Capim bode ela conhece,
É o mesmo capim mumbeca.
É fácil de arrancar,
Não prejudica a munheca.

Dona Lilia afirma
Que mumbeca tira a paz,
Pois a semente, voando,
Quilômetros ela faz.

P'ra nossa Dona Lilia
Mumbeca é recordação.
Na fazenda era usado
Para fabricar colchão.

Querida Dona Lilia,
Deixa o mumbeca em paz.
Larga de comprar colchão,
De mumbeca pega e faz.

O tal bosta de baiano
É fácil de arrancar.
Tem três ou cinco chifrinhos,
Ele fere e faz chorar.

A mesma Dona Lilia
Tem a própria experiência.
Fincada, sempre exigia
De sua mãe paciência.

Nome feio desta praga
Foi ela, até acredito,
Que criou, para vingar-se
De um tal baiano maldito.

Baiano então dispensou,
P'ra ele nem pode olhar.
Admilson é que vai ter
Que penar em seu lugar.

Praga que Dona Lilia
Não tolera e nem aguenta,
Que tem um nome horroroso,
É a vassoura gosmenta.

Esta praga, p'ra Dindinha,
Devia valer dinheiro,
Pois a usou, muitos anos,
P'ra varrer o seu terreiro.

A tal vassoura gosmenta,
Embora dura e profunda,
Tem flor, tem utilidade,
Não merece o pé na bunda.

A pobre da tiririca,
Folhinha verde brilhante,
Qual esmeralda macia,
Ela arranca n'um instante.

A tiririca é teimosa,
É pior que picuinha.
Até que, nesse seu jeito,
Parece com a Dindinha.

A tal focinho de boi
Agarra que nem chiclete,
Não só na cara do boi,
Mas na roupa que se veste.

Focim de boi foi usado
Pela mocinha Lilia,
Quando de seu namorado
O nome ela escrevia.

Então, em vez de arrancar
Esta praga miserável,
Ela devia é lembrar-se
De seu Quinzinho adorável.

A Dindinha sempre teve
A praga de estimação.
Sem dúvida seu dodói
É o famoso picão.

É fácil de arrancar,
Como é fácil se alastrar.
Para alegria da sogra,
Em meu rancho vou plantar.















4 comentários:

  1. Amei seu blog! Amo tudo que você escreve. Continue mostrando suas boas ideias. Amo você!!!!Neiva

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  2. Parabéns padrinho,adorei...
    sou sua fã...
    Beijos pra vc e pra madrinha!
    Dani

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  3. Quanta criatividade, Meu Deus!!!!
    Eu e Lelo ainda estamos rindo aqui!
    Seremos público fiel
    Um grande abraço
    Téo

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  4. Parabéns! Seu poema pode muito bem ser tema de uma aula de botânica.
    Gostei muito do seu blog. Serei uma leitor fiel.
    Um abraço,
    Neylson

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