domingo, 22 de janeiro de 2012

O Valor dos Botecos

                     Precisei ler um artigo do grande teólogo Leonardo Boff, hoje padre casado. Ali ele mostra, magistralmente, o valor e a importância dos botecos, hoje tão comuns quanto despercebidos em seu profundo valor social, cultural e político.
     Interessante e curioso é que Belo Horizonte, a bela capital mineira, é conhecida como a cidade brasileira que abriga a maior quantidade de botecos. Para meu conhecido Leonardo Boff os botecos possuem um papel social muito importante, pelo fato de terem o condão de unir os moradores dos bairros em que se localizam. É nos botecos que as pessoas se encontram mais, discutem seus problemas e procuram soluções e até choram suas mágoas. No boteco se marcam os encontros e se formam as rodas de conversas fiadas e de assuntos do mais alto interesse da sociedade. Não bastasse tudo isto, os botecos são os espaços mais democráticos que se conhecem. Nele se colocam lado a lado professores universitários e pinguços, advogados e peões de obras, médicos e mendigos, sem distinção de classe, de cor, de posição social ou de situação econômica. Nos botecos se formam as rodas de tocadores e os grupos de cantoria, ao lado de artistas e boêmios. No boteco todos são iguais. Cada um pede o que quer, fala o que mais lhe agrada, escuta tudo sem recriminar. Complementando, a meu modo, tomo a liberdade e a ousadia de dizer que o boteco, pelas qualidades acima enumeradas, nada mais é do que um lugar de igualdade e de fraternidade, onde o ódio e a maldade não encontram assento, onde, portanto, impera o amor de amigos. E onde dois ou mais se reunem pela fraternidade e pela igualdade, Deus só pode estar no mei deles.
  

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