terça-feira, 20 de julho de 2010

Assistencialismo ou Promoção Humana?

Em uma das famosas sessões do Concílio Vaticano II, Cardeais e Bispos procuravam definir a cara que devia ter a verdadeira Igreja de Cristo em nossos tempos. Após acalorados debates, um dos cardeais se levantou e, do alto de sua autoridade, falou mais ou menos o seguinte: "Estamos perdendo nosso tempo à procura daquilo que, há muitos anos, está mais do que evidente perante nossos olhos. A verdadeira Igreja de Cristo é a Sociedade de São Vicente de Paulo, que pratica o Evangelho em silêncio e se torna o verdadeiro fermento na massa, o sal da terra e a luz do mundo".
Mais que depressa Dom Belchior, Bispo de Luz, ligou para um zeloso vicentino da cidade de Piumhi e lhe comunicou as palavras do eminente cardeal.
Bem estruturadas e seguindo o caminho ditado por Frederico Ozanam, segundo o espírito vicentino, as conferências vicentinas se tornam verdadeiras igrejas cristãs. Entretanto podem correr o risco de descambar para o puro assistencialismo, vivendo da doação de esmolas e da manutenção de seus assistidos no mesmo estado de pobreza em que os encontraram.
Em Capitólio, mercê da orientação de alguns padres do passado, imbuídos do espírito do Vaticano II, as conferências vicentinas se têm pautado pela busca do verdadeiro amor ao próximo, buscando, como meta principal, a formação humana de seus assistidos. A conferência a que pertenço, por exemplo, acaba de liberar de sua assistência material um casal que, depois de alguns anos, conseguiu levantar-se, recuperar-se e levar uma vida digna, com condições financeiras satisfatórias. Isto, sem falar em uma viúva que, há alguns anos, por iniciativa própria, escreveu a seguinte carta à Conferência SãoGeraldo: "Senhores confrades, estou agradecendo as coisas que vocês fizeram para mim, porque agora já está na hora de seguir a minha vida, sem a conferência. Agradeço a todos os que me ajudaram nestes anos todos. Desculpem-me pelos aborrecimentos e agravos que fiz a vocês".

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