terça-feira, 20 de outubro de 2009

DOIS PADRES, DUAS HISTÓRIAS

Muito bela e tocante a cerimônia comemorativa das bodas de ouro sacerdotais de meus queridos irmãos e amigos Geraldino e Paulo Faria. Enquanto Pe. Paulo, no centro do altar, presidia à cerimônia eucarística, ladeado por outros sacerdotes, o Geraldino, em trajes seculares, permanecia de fora e ao lado do altar, irradiando, dali, toda a sua simpatia e a imensa grandeza de seu valioso coração.
Eu, de meu lugar de ungido degradado ao estado leigo, ia costurando em silêncio meu sermão, que não teve chance de ser dito mas que me vejo na obrigação de levar ao conhecimento de quem tiver a paciência de ouvir-me em meu púlpito.
Dois padres, dois ungidos do Senhor, duas missões bem diferentes. Um, habituado às alturas dos altares e dos ritos sagrados, o outro, residindo na planície humilde e trabalhosa dos mortais. Dois caminhos, duas opções, duas visões do Reino de Deus bem diferentes. O padre casado e o celibatário. Um, chamado à dedicação exclusiva ao serviço da Igreja Católica, o outro, mandado para o mundo, com a função espinhosa de anunciar a Boa Nova e de denunciar os descaminhos da humanidade. Lá em cima, no altar,o sacerdote. Lá em baixo, na planície, o profeta. Descendo das honrarias do altar e do ministério sacerdotal, o Geraldino, humildemente feliz em sua escolha de profeta, vai levando, casado, pai de filhos e trabalhador pelo sustento da família, sua missão profética de mexer com as consciências, de incomodar os estabelecidos e de chamar ao verdadeiro evangelho do amor aqueles que parecem colocar o mesmo evangelho a serviço de seu próprio comodismo e bem estar.
O Pe. Paulo, com sua alegria de criança abençoada, vai levando sua outra opção, espalhando alegria e tentando aproximar do altar, através de seu zelo pela catequese, aqueles que pouco conhecimento têm de Jesus e de seus ensinamentos.

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