segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Uma só coisa é necessária

     Podem chamar-me de esquisito mas vou dizer algo que me encabula muito. Em comemorações festivas, como Natal e Reveillon, as donas de casa se cansam, correm o tempo todo, preocupadas e atarefadas com pratos diversos e complicados. Assim, acabam não participando das conversas, do convívio familiar e até das brincadeiras e diversões que surgem sempre em tais encontros. O estresse é grande e a trabalheira anterior e posterior é enorme, deixando as ou os responsáveis pelos comestíveis completamente esgotados. E aí é que eu fico me lembrando das palavras divinas de Jesus a Marta, irmão de Maria e de Lázaro. Em suas andanaças pela Judeia, Samaria e Galileia, Jesus se refugiava na casa de Lázaro e de suas duas irmãs. Maria ficava quase o tempo todo aos pés de Jesus, sorvendo as palavras de sabedoria que fluíam de seus divinos lábios. Enquanto isso, Marta vagava de um lado para outro, ocupada com os pratos que deveria preparar para os comensais, preocupada com a qualidade e a quantidade de iguarias que devia servir ao divino hóspede.  Em um de seus momentos de estresse, Marta não se conteve e implorou ao Mestre que ordenasse à irmã que fosse ajudá-la na cozinha. E o que falou Jesus? - Marta, você está muito solícita e preocupada  com a preparação de muitos pratos, ao passo que um prato só é o suficiente. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.
     Como se depreende, em boa tradução do texto, Jesus se referia à quantidade de pratos para a refeição. E será que não vale também a mesma observação para as donas de casa que se escabelam e que perdem o convívio dos comensais, cansando-se e se estressando com grande quantidade de pratos e com excesso de comidas que depois sobram em abundância, criando um segundo problema para depois dos festejos? Será que não  era bastante um arroz com galinha ou um arroz com suã, pelo menos em nosso convívio mineiro? Aí está algo a se pensar, com o intuito de excluir, de nossas comemorações, a canseira que cai sempre sobre os ombros da pobres donas de casa.

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